Uma das últimas bolhas imobiliárias remanescentes do mundo finalmente parece estar murchando. As transações imobiliárias caíram tão rapidamente que, nas últimas semanas, corretoras do país inteiro dispensaram milhares de corretores e fecharam centenas de escritórios.
A imprensa noticiou pelo menos cinco manifestações nas ruas de Xangai desde 22 de outubro, quando os primeiros compradores dos condomínios protestaram contra os descontos oferecidos aos compradores mais recentes, chegando a invadir escritórios de vendas e a destruir maquetes dos edifícios e apartamentos.
Um manifestante de 32 anos disse que ele e a esposa pagaram US$ 173 mil em janeiro por um apartamento de 79 metros quadrados num prédio nos arredores de Xangai. Mais tarde, porém, a construtora cortou o preço das unidades remanescentes no prédio para US$ 124 mil, arrasando o valor de revenda.
Para piorar ainda mais as coisas, o prédio só deve ficar pronto em maio.
A hipoteca do casal é quase igual ao novo valor estabelecido pela construtora, ou seja, eles perderam todo o valor líquido do bem. E o casal está pagando US$ 630 mensais com uma renda familiar de US$ 1.100.
"O governo devia prestar atenção em gente como nós e nos ajudar, por exemplo, cortando os juros", disse o manifestante durante entrevista. Ele disse apenas o sobrenome, Sheng, pois, de acordo com o entrevistado, quem participou das manifestações recebeu telefonemas ameaçadores insistindo para que parassem de protestar.
O governo chinês está reduzindo deliberadamente os preços dos imóveis para melhorar a acessibilidade financeira às casas e impedir que a bolha imobiliária fique ainda pior. O primeiro-ministro, Wen Jiabao, afirmou recentemente que o governo não tinha intenção de mudar de rumo.
"Gostaríamos de salientar que não existe possibilidade de afrouxarmos as políticas imobiliárias _ nosso alvo é fazer o preço das propriedades cair a um nível razoável."
O governo aumentou os juros e estabeleceu limites aos empréstimos bancários, planejando deliberadamente um arrocho no crédito com o intuito de reduzir a inflação e dificultar que especuladores tomassem dinheiro emprestado. O governo também limitou o número de hipotecas por indivíduo, elevou o valor da entrada para 40 por cento do imóvel, para proteger o sistema bancário de perdas, e começou a testar impostos imobiliários em cidades como Chongqing.
Os governos locais e provinciais tomaram outras medidas. O governo da província da ilha de Hainan congelou as vendas para compradores de outras províncias desde o segundo trimestre, exigindo que comprovem terem pagado imposto de renda no ano passado ou a versão chinesa da Previdência Social; a evasão desses impostos é disseminada.
Um sinal claro do enfraquecimento do mercado imobiliário vem do China Real Estate Index System, pesquisa semanal feita pela empresa privada SouFun Group, em Pequim. Segundo os dados, o número de negócios caiu mais de 50 por cento em seis das 35 cidades pesquisadas na primeira semana de novembro, em comparação com igual período do ano anterior; no geral, o número de transações caiu em 28 dessas cidades.
A imprensa noticiou pelo menos cinco manifestações nas ruas de Xangai desde 22 de outubro, quando os primeiros compradores dos condomínios protestaram contra os descontos oferecidos aos compradores mais recentes, chegando a invadir escritórios de vendas e a destruir maquetes dos edifícios e apartamentos.
Um manifestante de 32 anos disse que ele e a esposa pagaram US$ 173 mil em janeiro por um apartamento de 79 metros quadrados num prédio nos arredores de Xangai. Mais tarde, porém, a construtora cortou o preço das unidades remanescentes no prédio para US$ 124 mil, arrasando o valor de revenda.
Para piorar ainda mais as coisas, o prédio só deve ficar pronto em maio.
A hipoteca do casal é quase igual ao novo valor estabelecido pela construtora, ou seja, eles perderam todo o valor líquido do bem. E o casal está pagando US$ 630 mensais com uma renda familiar de US$ 1.100.
"O governo devia prestar atenção em gente como nós e nos ajudar, por exemplo, cortando os juros", disse o manifestante durante entrevista. Ele disse apenas o sobrenome, Sheng, pois, de acordo com o entrevistado, quem participou das manifestações recebeu telefonemas ameaçadores insistindo para que parassem de protestar.
O governo chinês está reduzindo deliberadamente os preços dos imóveis para melhorar a acessibilidade financeira às casas e impedir que a bolha imobiliária fique ainda pior. O primeiro-ministro, Wen Jiabao, afirmou recentemente que o governo não tinha intenção de mudar de rumo.

Foto: NYT Ampliar
Trabalhadores em Sanya, na ilha de Hainan, no sul da China: vendas de imóveis desaceleraram nas duas últimas semanas
"Gostaríamos de salientar que não existe possibilidade de afrouxarmos as políticas imobiliárias _ nosso alvo é fazer o preço das propriedades cair a um nível razoável."
O governo aumentou os juros e estabeleceu limites aos empréstimos bancários, planejando deliberadamente um arrocho no crédito com o intuito de reduzir a inflação e dificultar que especuladores tomassem dinheiro emprestado. O governo também limitou o número de hipotecas por indivíduo, elevou o valor da entrada para 40 por cento do imóvel, para proteger o sistema bancário de perdas, e começou a testar impostos imobiliários em cidades como Chongqing.
Os governos locais e provinciais tomaram outras medidas. O governo da província da ilha de Hainan congelou as vendas para compradores de outras províncias desde o segundo trimestre, exigindo que comprovem terem pagado imposto de renda no ano passado ou a versão chinesa da Previdência Social; a evasão desses impostos é disseminada.
Um sinal claro do enfraquecimento do mercado imobiliário vem do China Real Estate Index System, pesquisa semanal feita pela empresa privada SouFun Group, em Pequim. Segundo os dados, o número de negócios caiu mais de 50 por cento em seis das 35 cidades pesquisadas na primeira semana de novembro, em comparação com igual período do ano anterior; no geral, o número de transações caiu em 28 dessas cidades.
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