A notícia era esperada, mas as
autoridades do governo e alguns construtores teimavam em não alardear a má notícia para não afetar mais um
mercado já combalido pelos altos preços e pela mau humor do mercado e a
desconfiança dos clientes.
A partir de segunda feira, quem for assinar contrato com a Caixa Econômica
Federal, já vai pagar mais caro pelo dinheiro emprestado. Segundo a
Caixa, o aumento não atingiria o Minha Casa Minha Vida, nem os financiamentos
que usam recursos do FGTS ( em Belém, até R$ 650 mil. Mas considerando a
tesoura que o governo prepara, nada é definitivo.
Enquanto no mundo, a taxa de financiamento imobiliário/ano gira em torno de
2,5%, no Brasil é 500 % maior e mais que isso, e como não vem sozinha, ainda
vai se somar a inflação, que mesmo sob "a matemática" oficial, deve
seguir em alta. A conta ameaça travar um dos setores que mais empregam e mais
dão votos. Passada a eleição, é hora de fechar o pacote.
Esse cenário
ruim já vinha se desenhando há alguns meses. A própria conta do Minha Casa
Minha Vida não bate. O governo insiste em valores mínimos, mas os construtores
- isso aqueles que conseguem receber no dia o repasse do dinheiro oficial -
avisam que não dá pra viver em um pais de custos subindo muito além dos
oficiais, mantendo artificialmente preços. Vão quebrar certamente.
Para o cliente comum que busca o financiamento direto ao banco, o problema
também vem aumentando.
Ao abrir novas agências, a Caixa
promove os funcionários mais experientes e coloca no lugar, iniciantes. Com o
volume que explodiu nos últimos 6 anos, o financiamento que demorava 20 ou 30
dias para sair, chega a demorar 90. Isso pode levar compradores a penalidades,
que em tese, não deram causa. Pagam um sinal, e afirmam em contrato, que
pagarão o resto dentro do prazo prometido pelo banco. Se o dinheiro não sai,
acabam multados.
No ano novo, a
recomendação é redobrar cuidados. É nas crises que se fazem os melhores
negócios e se pode ter os melhores descontos. Mas sempre com segurança de
profissionais de confiança. O mundo imobiliário está ficando mais complicado em
Belém, e mesmo assim, muita gente segue vendendo o imóvel através do
porteiro do prédio.
De concreto o que se sabe é que,
algumas taxas, como no Sistema Financeiro da Habitação, a taxa balcão de
clientes sem relacionamento com o banco vai subir de 9,2% para 11%.
Quase 2% o que no final das contas, vai representar dezenas de milhares de
reais na conta do seu imóvel.