As estratégias de corretores para vender imóveis que não são exatamente aqueles 'dos sonhos'
Quem entende do negócio, costuma dizer que não existe imóvel impossível de ser vendido - o cliente certo é que ainda não apareceu.
Para os corretores, trata-se de uma questão de tempo e persistência. Papo de vendedor? Talvez. O fato é que esses profissionais recorrem às mais variadas estratégias - por vezes, até divertidas - para emplacar a venda daquelas que não são exatamente as "residências dos sonhos" da maioria.
Para os corretores, trata-se de uma questão de tempo e persistência. Papo de vendedor? Talvez. O fato é que esses profissionais recorrem às mais variadas estratégias - por vezes, até divertidas - para emplacar a venda daquelas que não são exatamente as "residências dos sonhos" da maioria.
De repente a localização não é tão boa, mas o que há por perto? O que é possível fazer a pé naquela região? O bairro pode ser distante, mas ter condução na porta ou ficar próximo a um shopping ou centro comercial. É preciso dominar essas informações.
Certa vez, um deles mostreu um apartamento que tinha um cheiro terrível de mofo a pelo menos uns 30 interessados. Todas reclamaram do problema. Mas o 31º adorou saber que nenhum dos cômodos recebia luz do sol e fechou negócio na hora.
Há sempre um ponto de vista diferente a explorar, ainda que inusitado, conta outro corretor. Foi o caso do comprador que adorou saber que estava comprando um imóvel em frente a um cemitério, pois assim a vista continuaria indevassável:
Ele era bem cuidado, todo gramado e sem grandes lápides, mas ainda assim continuava sendo um cemitério....
Tal vizinho, normalmente, é capaz de afastar até o mais cético dos mortais. Tanto que acabou se transformando num bordão recorrente entre os profissionais do setor:
Costumamos dizer que é melhor estar aqui (no imóvel) olhando para lá do que estar lá (no cemitério) olhando para cá - brinca um ex-corretor, hoje gerente comercial de construtora. Ele conta ainda como venceu a indecisão de um casal prestes a subir ao altar. Ela estava empolgadíssima com a possibilidade de fechar negócio. Já ele era só receios:
Aproveitei uma distração da mulher e dei minha última cartada. Chamei o rapaz e disse: você realmente vai esperar casar para tomar uma decisão? Além de correr o risco de perder um excelente negócio, tudo que você comprar daqui a uma semana, em caso de separação, só será 50% seu. Não torço para isso, claro, mas nunca se sabe. O resultado? Ele comprou o apartamento sem pestanejar.
Outro detalhe. No caso de uma rua que tenha uma feira livre, por exemplo, o ideal é levar a pessoa até o imóvel e tocar no assunto só depois que ela já estiver apaixonada por ele.
Fonte: O Globo