Depois do feirão, a dúvida... Como fica a cidade sem planejamento

O Feirão veio coroar um movimento que vem forte há pelo menos 4 anos, na esteira do chamado boom imobiliário. Os efeitos dessa construção é extremamente positivo, uma vez que aumenta a oferta, amplia a geografia da cidade e permite o acesso de muitas famílias a casa própria. Mas uma coisa não dá pra você esquecer e pelo que parece esta analise importante e vital está simplesmente desaparecida dos debates.

- A construção de unidades tem obrigatoriamente que vir associada a obras pública de infra-estrutura que permitam que toda essa novidade esteja associada a qualidade de vida. Que seja solução e não aumento de problema. Infelizmente pelo que está se vendo, ou melhor, pelo que não está se vendo, a coisa tá feia e pode ficar ainda mais.

Calculando por alto, nesses 4 anos, incluindo os 10 mil imóveis da caixa, Belém terá em 2 ou 3 anos, pelo menos mais 20 mil unidades. Gente morando em regiões como a Augusto Montengero, 40 horas, Mário Covas, BR 316, Estrada do Maguary. Eu me pergunto. Será que está se pensando em novas estradas, novas escolas, novos espaços públicos como praças, parques? Será que existe um plano de segurança, para tornar a vida dos moradores dessas unidade mais tranqüilas?

- Pelo que se vê não. Só como exemplo, eu peguei um trecho de 2 quilômteros na Augusto Montenegero. Lá em um ou dois anos, serão entregues mais de 2 mil unidades. Imagine que 1/3 tenha carro. São mais 700 veiculos indo e vindo. Imagine na hora de ir para o trabalho ou voltar pra casa a confusão que isso vai ser, uma vez que hoje já é complicado.Pior. imagine se houver um protesto e fecharem a avenida.

- Isso também precisa incluir abastecimento de água e esgotamento sanitário para essas áreas onde moravam alguns e agora abrigam muitos. Isso inclui a conclusão de obras como a duplicação da Perimetral que deveria chegar a Almirante Barroso, para o que o dinheiro teria chegado, a João Paulo Segundo que briga para chegar no entroncamento quando deveria ir até a Alça Viária ou o Portal da Amazônia, que parece ter parado depois das eleições do ano passado.

- A grande reflexão que eu faço é que nós somos culpados por não exigir do poder público esse planejamento urbano que é parte inseparável desse projeto da casa própria. Nós reclamamos, mas não nos indignamos. Denunciamos o problema em curtas rodas, mas não queremos nos expor. Delegamos sempre ao próximo a responsabilidade por questionar a ausência dessa infra-estrutura, e o próximo delega para o próximo e assim por diante.

- Vamos ser culpados por se empolgar apenas com o número de imóveis construídos sem se levar em conta que a cidade que se quer tem que ter planejamento. Caso contrário, o sonho da casa própria vai virar um inferno de morar longe do centro e dos serviços que toda cidade deveria oferecer em troca dos impostos cobrados.

InvestImob Brasil

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